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O aterramento da cerca de uma Usina Solar é um fator crucial para evitar danos ou mortes devido aos raios que atingem o solo próximo a cerca ou até mesmo ela, pois, quando aterrada, dispersa a energia em pequenos comprimentos de cerca.

 O primeiro ponto a se destacar é como pode ser feito este aterramento, existem dois modos para fazer o aterramento, primeiramente ligando a cerca por meio de conectores (normalmente split bolts) a um cabo que irá se conectar ao solo por meio de uma haste de aterramento ou, novamente, ligando a cerca por meio de conectores a um cabo que será enterrado 0,5 m abaixo do solo e deverá ter 3 m de comprimento horizontal (este valor corresponde ao uso de uma haste de aterramento de 2 m vertical). A Figura 1 abaixo representa estes dois modos de aterramento.

Figura 1: Modos de aterrar uma cerca.

Fonte: Belgo-Mineira Bekaert Arames S.A.

Este procedimento de aterrar a cerca deverá ser realizado a cada 50 m, em terrenos permanentemente úmidos o aterramento poderá ser feito de 100 em 100 metros, estes valores são utilizados considerando que todas as dimensões citadas neste artigo e todos os materiais com suas dimensões serão respeitados.

Para o aterramento de seccionamento deve ser seguido o procedimento apresentado na Figura 2 a seguir:

Figura 2: Aterramento de Seccionamento de Cerca.

Fonte: Belgo-Mineira Bekaert Arames S.A..

Com relação aos materiais a serem usados no aterramento, primeiramente é necessário apresentar duas tabelas presentes na norma NBR 5419-3:2015, sendo estas as tabelas 5 e 7 da norma, ambas apresentadas como Tabelas 1 e 2 respectivamente a seguir.

Tabela 1: Materiais para SPDA e condições de utilização.

Fonte: NBR5419-3, 2015.

Tabela 2: Material, configuração e dimensões mínimas de eletrodo de aterramento.

Fonte: NBR 5419-3, 2015.

Sendo considerado na tabela 2, Eletrodo cravado como a haste de aterramento e o Eletrodo não cravado o cabo de aterramento.

Como a maior parte das cercas perimetrais são de aço galvanizado a fogo (ou a quente) não é aconselhável utilizar cabos de cobre nú, pois isto causará a corrosão da cerca, conforme indicado na Tabela 1, portanto, para o aterramento de cerca, a melhor opção encontrada no mercado seria cordoalha de aço galvanizado a fogo, 7 fios, diâmetro nominal 7/16″, bitola 74,45 mm², sendo que estes valores atendem a citada norma.

Para o material da haste de aterramento, o mais recomendado e simples de se encontrar no mercado seria haste cantoneira de aço galvanizado a fogo 25x25x2400 mm, pois caso fosse utilizado uma haste de cobre, causaria a corrosão da cordoalha mencionada anteriormente.

Caso seja necessário a utilização de cabo de cobre, seja por qualquer motivo, poderá ser utilizados cabos de cobre nú de 50 mm² e haste de aterramento alta camada (254u), aço cobreado, 5/8″ (14,5 mm), 2,4 m, porém deve-se evitar o contato direto do cabo com a tela durante a instalação e a conexão dos cabos com a cerca deverá realizada por meio de Split Bolt Bimetálico.

Referências

Proteção contra descargas atmosféricas Parte 3: Danos físicos a estruturas e perigos à vida. Norma Brasileira NBR 5419, Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, 2015.

MANUAL DE PROTEÇÃO DE CERCAS E CURRAIS CONTRA RAIOS. Informe Técnico. Belgo-Mineira Bekaert Arames S.A..

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